Solidão; o que é solidão?

(foto arquivo pessoal)
 

Minha sobrinha de cinco anos está preocupada comigo e com minha possível solidão. É interessante que uma criança se preocupe com isso, fico tentando lembrar se eu, com essa idade, teria essa categoria de preocupação. Penso que não. Estava preocupada com a descoberta de que Papai Noel não existia e que corria o risco de ficar sem presente pelo fato de ter revelado o fato para as outras crianças.

A mãe dela, minha irmã, rompeu comigo há 15 meses e desde então não estamos conversando e a Larissa se preocupa com isso, diz que estou sozinha, que não posso ficar assim, que como não tenho marido, um homem para cuidar de mim, devo fazer as pazes com a mãe dela.

Como posso explicar para uma criança que o fato de “fa
zer as pazes” com a mãe dela não representa fim de uma suposta solidão? Como explicar para uma criança que a solidão pode acontecer mesmo que a pessoa esteja rodeada por outras. Faze-la entender que não sou solitária pelo fato de estar, de morar sozinha. Complicado.

Fique repensando a solidão desde ontem. Nos meus sessenta anos mais estive sozinha que acompanhada. Aos sete anos, quando minha mãe morreu e fui parar em um orfanato, estava sozinha, aliás, muito sozinha. Quando perdi a unha, desmaiei de dor, no orfanato, não tinha ninguém da família para dar colo.

Em diversas ocasiões dramáticas, estava sozinha. Quando retirei um nódulo do seio, estava sozinha, quando recebi o resultado da biópsia também. Quando me internei para operar a vesícula, também estava só.

Nas três enchentes que tive na minha casa, estava só. Limpei a sujeira quase que sozinha...

Quando meu marido teve um AVC, estava só.

Quando meu marido morreu fiquei só.

Nessas e em outras ocasiões só pude contar com amigos, anjos bons que Deus colocou no meu caminho.

Serei piegas, ao ter Deus, nunca estamos sozinhos. Ele sempre coloca pessoas para nos ajudar.

Confie sempre.

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