NATAL NO RANCHO

Fui ao rancho nesse Natal. O rancho fica na beira do rio Paranapanema, acho que o último rio limpo de São Paulo. 230km da capital.
O rancho foi durante muito tempo minha casa.
Logo que casei, fomos morar lá, depois da morte do Miguel, ainda fiquei uns dois anos sozinha, quer dizer, com a Pitchula.
Voltei para São Paulo em 2000, e a casa ficou fechada, eu ia as vezes, mas já não era como antes.
Fui desapegando, tomando consciência que não tinha como mantê-lo. Por mais que eu goste do lugar, a não ser que eu arrumasse um marido caprichoso, que gostasse de pescar e de manter bonito o local, não dava pra mim. Cada vez que eu ia, trabalhava pra caramba, voltava cansada. Eu vendi o rancho nesse ano. E só agora fui até lá, tinha que ir ver o que "sobrou". O novo proprietário deixou umas coisas que eu pedi separadas. Sai com uma caixa na mão e mais umas fotos e documentos. É engraçado, uma vida, anos e anos se resumem em uma caixa tipo engradado.
Não foi fácil, mas também não foi tão difícil, como ele já fez algumas mudanças na casa, a sensação foi menor, mas o que me incomodou foi ele ter cortado algumas árvores. Cortou o pé de caqui, nossa como era doce aquele caqui....Cortou a amoreira da beira do rio, como dava amora grande e boa, e além disso uma sombra muito boa. Ahhhhh, mas o pior foi os ingazeiros. O da beira do rio e o outro mais acima. Como davam sombra, eu reconhecia minha casa de longe por que via o ingazeiro de longe. A copa dele sobrepunha a casa...Mas por outro lado, com isso tive certeza que não era mais minha.
Fiquei na casa do Seu Pedro, vizinho, mas não me senti muito a vontade. Acabei voltando antes, podia ter ficado lá até sexta, só trabalho no sábado, mas não tive "pique".

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