Minha faca, companheira de trinta anos

 



Em 1991, um amigo do meu falecido marido nos visitou no rancho onde morávamos em me emprestou a faca que ele usava nas pescarias. Era uma faca Tramontina pequena e apaixonei-me por ela. Cabia certinho na minha mão, tinha um corte fabuloso e pedi para ele me dar a faca.


                                                                         

Observei os olhos dele se encherem de dúvidas, mas ele era nosso padrinho de casamento e acredito que seu maior desejo era ver o amigo feliz e para isso fez a melhor coisa que poderia ter feito: deu a faca.

Essa faca me acompanha todos esses anos, ela, ao ser amolado foi perdendo o tamanho, ficando mais estreita. Durante todos esses anos procurei outra igual para comprar, sem sucesso. Como as letras já tinham se apagado na lâmina, ficou difícil a identificação. A única referência que tinha era que a marca.

Comprei outras facas, mas sempre voltava para ela, me atendia melhor que as outras, mesmo com a restrição material. Por isso nunca tive coragem de desfazer dela.

No ano passado, 2021, quando a faca completou 30 anos na minha posse,  (lembrem-se que ela já era usada quando ganhei) decidi fuçar a Internet até encontrar uma igual.

Comecei pelas imagens do Google, filtrando depois pelas referências que tinha.

No site da empresa, a Tramontina, encontrei uma que se assemelhava, mas o cabo não era de madeira como a minha e pesquisei até descobrir que a empresa alterou o material do cabo devido a exigências sanitárias.



Achei a faca! É uma faca Century 6 

Era cara, comecei a pesquisar o preço em outros lugares, até encontrá-la na Amazon. Não vou negar que foi um dia muito feliz. Comprei a faca nova, dei as facas que tinha, fiquei apenas com ela e uma maior. Ela me atende maravilhosamente bem, mas confesso que não tive coragem de dar a antiga, está na caixa de ferramentas, ela ainda é útil.



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